A estimativa é que a disponibilidade de boi terminado seja maior no primeiro trimestre em 2022, se comparado ao mesmo período do ano anterior. Entretanto, isso não significa que a oferta será abundante. De acordo com o Analista de Mercado da StoneX, Felipe Sawaia, a expectativa é que haja um aumento do número de fêmeas mandadas para o abate no primeiro trimestre de 2022. “Sazonalmente, o abate de fêmeas alcança seu auge no início do ano, quando ocorre o descarte de matrizes. Assim, a tendência é que haja um maior número de fêmeas destinadas ao abate”, destacou.
Com relação às condições climáticas, a consultoria apontou que o cenário é distinto entre as regiões produtoras. "Parte do sul do país, está enfrentando seca, o que deve dificultar a engorda nestas localidades. Por outro lado, as demais praças pecuárias estão com chuvas abundantes, o que deve ser favorável para a produção extensiva, o que desenha um cenário de boa oferta proveniente dos pastos", informou.
Demanda
Outro fator que será determinante para o mercado será a demanda, principalmente ao consumo doméstico que deve desaquecer neste início do ano. "Com a parcela da população desmonetizada após os gastos nos períodos de festas, impostos e despesas anuais que são pagos neste período devemos ter escoamento lento da carne no atacado. Isso se soma a crise econômica vivida pelo país, que mantém o desemprego em níveis bastante elevados", destacou.
Com relação à demanda externa, a consultoria aponta que o cenário ainda é incerto em função da China. "O retorno da demanda asiática alavancou significativas altas nas cotações da arroba, mas ainda não é possível determinar se eles vão continuar comprando volumes de 100 mil toneladas, como observados antes do embargo”, disse a StoneX em seu relatório trimestral.
A demanda chinesa por proteína animal aumentou diante dos casos expressivos de Peste Suína Africana (PSA) na China, que comprometeu 40% do rebanho de suínos na China. "Isso levou os chineses a aumentarem os embarques de carne bovina brasileira, mas os números de porcos na China já é similar ao que existia antes da PSA, o que pode limitar a demanda pela proteína brasileira", disse o analista de mercado da StoneX, Felipe Sawaia.
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